Doença que afeta cerca de 3% da população
brasileira, a Fibromialgia se caracteriza pela dor muscular difusa, fadiga,
alterações de humor e dificuldade de memorização.
Mulheres são muito mais propensas à condição do que os homens, uma vez
que de cada 10 pessoas que sofrem com Fibromialgia, 8 são do sexo feminino.
Embora seja muitas vezes relacionada à artrite, a Fibromialgia não é
exatamente uma forma da doença, pois não causa inflamações ou danos às
articulações, músculos e outros tecidos.
Apesar disso, de maneira semelhante à artrite e à artrose, a
fibromialgia causa dor e cansaço, e pode dificultar a realização de tarefas
simples do dia a dia. Mas a fibromialgia tem cura? Como pode ser feito o
tratamento desta condição? Antes de conhecer essas respostas, vamos
contextualizar o assunto:
O que é fibromialgia exatamente?
O termo fibromialgia é uma combinação do Latim fibro (que significa tecido fibroso) e do Grego myo (músculo) e algia (dor). É
considerada uma síndrome porque compreende uma série de sintomas clínicos, como
dor generalizada, distúrbios do sono, fadiga, indisposição e problemas de
memória.
E, ainda que não seja um tipo de artrite, a fibromialgia é classificada
como uma doença reumática que causa dores crônicas em múltiplos pontos
sensíveis do corpo, como pescoço, costas, joelhos, quadris e extremidades.
Quem pode sofrer com a doença?
Além do sexo, a hereditariedade também parece ser um fator de risco
para a fibromialgia. Mulheres com histórico da doença na família apresentam
maior propensão à fibromialgia, ainda que não se saiba se a causa seriam os
genes ou o compartilhamento das mesmas condições ambientais.
Pessoas que já sofrem com outras doenças reumáticas, como artrite,
espondilite anquilosante e lúpus eritematoso também apresentam um risco maior
de desenvolver a síndrome.
Causas da Fibromialgia
Cientistas ainda não sabem exatamente o que causa a fibromialgia, mas
acreditam que pode haver uma combinação de fatores físicos, neurológicos e
emocionais.
Lesões físicas, infecções virais e traumas emocionais estão entre as
possíveis causas da fibromialgia, mas até o presente momento não foi descoberto
um único fator desencadeante da doença.
Muitos profissionais da área médica chegam a afirmar que a fibromialgia
não é uma doença, mas sim um estado de dor crônica causado por uma resposta
inadequada do organismo a fatores estressantes.
Pesquisas demonstraram que portadores da condição apresentam uma
atividade reduzida nos receptores opioides nas regiões do cérebro associadas ao
controle do humor e ao aspecto emocional da dor.
Quem sofre com fibromialgia parece ser mais sensível à pressão física,
o que em outras palavras significa que aquilo que seria um pequeno choque para
uma pessoa pode ser uma grande fonte de dor para alguém que sofra com
fibromialgia.
– Sono
Além dos aspectos emocionais, a falta de um sono reparador também pode
ser um fator associado ao aumento da sensibilidade à dor em pacientes com
fibromialgia.
Em um estudo clínico onde participantes saudáveis eram acordados
durante os períodos de sono profundo, pesquisadores observaram que muitos deles
começaram a desenvolver alguns dos sintomas da fibromialgia, como dores
crônicas e fadiga.
Isto pode se tornar um círculo vicioso, onde a falta de sono aumenta a
sensibilidade cerebral, que por sua vez altera os mecanismos de percepção de
dor e leva ao desenvolvimento de fibromialgia. A síndrome piora o sono, e assim
o ciclo se alimenta de maneira quase permanente.
– Traumas
Muitos portadores de fibromialgia costumam relatar que a doença surgiu
após um acidente ou uma doença mais séria, aos quais se seguiram períodos de
grande estresse e ansiedade.
Esses relatos corroboram a tese de trauma físico ou emocional, mas
estes podem ou não estar associados a fatores genéticos ou outras causas
não-específicas.
(Continua)
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